Como Escrever um Laudo Neuropsicológico?
Por: Vinícius Figueiredo de Oliveira
Psicólogo, mestrando pelo programa de pós-graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, e pesquisador pelo Laboratório de Psicologia Médica e Neuropsicologia (LAPSIMN - UFMG).
Escrever um laudo neuropsicológico é uma habilidade complexa que exige estudo, prática e supervisão. Há três motivos principais que tornam essa tarefa tão desafiadora. Em primeiro lugar, a escrita em si é difícil, pois requer planejamento e uma linguagem precisa e sintética que seja cientificamente embasada. Em segundo lugar, o processo de avaliação neuropsicológica é complexo, envolvendo várias técnicas diferentes. Em terceiro lugar, o laudo é um registro permanente da avaliação e, portanto, exige grande responsabilidade técnica, científica e legal.
Apesar desses desafios, é possível aprimorar a habilidade de escrever um laudo neuropsicológico. É importante lembrar que não existe um modelo único, já que cada laudo depende de vários fatores e decisões clínicas. No entanto, é possível seguir algumas orientações para garantir a qualidade e a utilidade do laudo.
Uma sugestão útil é encarar o laudo como uma versão mais acessível de um estudo de caso. Isso significa que o documento deve descrever os objetivos, o caso em questão, os métodos utilizados na avaliação, os resultados e as sugestões de intervenções ou encaminhamentos.
Embora não seja uma estrutura fixa e imutável, uma boa opção é usar como referência as 10 seções abaixo:
1. Cabeçalho: Título da avaliação e apresentação do profissional responsável.
2. Introdução: informações introdutórias indicando a fonte e o motivo do encaminhamento.
3. Identificação do paciente: nome completo, idade, sexo, lateralidade manual, anos de escolaridade, nome do(s) informante(s) (quando houver) e ocupação atual.
4. História pregressa e atual do paciente: leva em conta a entrevista de anamnese durante a avaliação e as entrevistas com informantes.
5. Procedimentos e instrumentos utilizados na avaliação: técnicas utilizadas e observações durante toda a avaliação.
6. Resultados da avaliação neuropsicológica: descrição dos achados dos testes, tanto os quantitativos quanto os qualitativos.
7. Síntese dos resultados, conclusões e impressões: apresenta as hipóteses diagnósticas.
8. Sugestões de encaminhamento e intervenção: orientações de manejo, mudanças de hábitos e encaminhamentos para outros profissionais.
9. Data da realização do laudo.
10. Assinatura do clínico responsável.
Cada seção acima tem sua particularidade, e as especificidades fogem ao escopo deste texto. Entretanto, sugere-se a consideração do formato acima para laudos referentes a avaliações neuropsicológicas, adequando-o ao caso sempre que necessário.
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